Como o Cérebro Entende as Substâncias. | SOS SOBRIEDADE

Como o Cérebro Entende as Substâncias. | SOS SOBRIEDADE

Se você usa drogas ou drogas, já deve ter vivido uma situação assim. Você sente um desejo intenso por uma substância, mas quando a consome, o prazer não é o mesmo de antes. Isso pode parecer confuso, mas tem uma explicação científica muito clara. O cérebro humano tem dois sistemas diferentes para lidar com o uso de drogas. Um que quer a droga e outro que gosta da droga. Entender essa diferença pode ajudar a compreender por é tão difícil parar e como buscar ajuda de forma mais eficaz. Então, nesse vídeo você vai entender melhor a diferença entre querer usar e gostar de usar. Então, fique até o final, já deixa o seu like, siga, se inscreva no canal. Se você tem interesse em participar da nossa comunidade gratuita no WhatsApp com grupos de apoio gratuitos, o link está na descrição do vídeo. E se você quer contribuir com o meu trabalho para que ele continue crescendo, seja membro da Academia SOS, a nossa área de assinantes. Lá você terá acesso a muitos cursos de capacitação, programa de prevenção de recaída e muito material de apoio para download. O link está na descrição do vídeo. Imagine que o seu cérebro tem um sistema de alerta que avisa quando algo pode te trazer prazer ou alívio. Esse sistema é chamado de saliência incentivadora e funciona como um alarme que dispara quando você vê, cheira ou até pensa em algo ligado à droga. Como funciona? Quando você usa drogas, o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor associado à motivação. A dopamina não é o prazer em si, mas o motor que te faz correr atrás da recompensa. Com o tempo, esse sistema fica hiperativo. Sinais do dia a dia, como ver uma pessoa com quem você usava, ou passar por um lugar específico ou até sentir ansiedade, ativam esse alarme fazendo você querer a droga mesmo sem sentir prazer. E por que isso vira um problema? Bom, no começo, usar drogas parece uma escolha, mas com o uso repetido, o cérebro começa a priorizar a busca pela substância acima de tudo. É como se o alarme do desejo ficasse ligado 24 horas por dia, mesmo que a droga já não traga mais a mesma sensação. Enquanto o querer está ligado à motivação, o gostar está relacionado ao prazer físico e emocional que a droga traz. Esse sistema envolve outras substâncias químicas como endorfinas e canabinoides endógenos. Como isso funciona? Bom, quando você usa drogas, essas substâncias ativam áreas do cérebro, como o núcleo acumbens e o córtex órbitofrontal, criando uma sensação de bem-estar. Mas com o tempo, o cérebro dessensibiliza estas áreas. Você precisa de doses maiores para sentir o mesmo efeito, que a gente chama de tolerância. E até mesmo a euforia inicial pode desaparecer. E por que isso muda? Porque o cérebro é adaptável. Com o uso contínuo, ele reduz a quantidade de receptores para estas substâncias, como se estivesse dizendo, chega de tanto estímulo o resultado: a mesma dose de droga passa a causar menos prazer e mais vazio. A adicção acontece quando o sistema do querer domina o sistema do gostar. Você já não usa drogas para se sentir bem, mas para evitar o mal-estar da abstinência ou para acalmar o desejo insuportável. Um exemplo prático para você entender, um usuário de cocaína pode sentir um desejo avaçalador por uma carreira, mesmo sabendo que quando usa só sente ansiedade e vazio. O querer está tão forte que parece uma necessidade de sobrevivência, como sede ou fome. Nós não podemos deixar de mencionar o papel do stress nesse contexto todo. Por exemplo, situações difíceis, como problemas financeiros, brigas, solidão. Tudo isso ativa o sistema do querer e desliga o sistema do gostar. É por isso que muitas pessoas voltam a usar drogas em momentos de crise. O cérebro associa substância a uma solução rápida, mesmo que temporária. Entender que a adicção é uma mudança no cérebro e não falta de força de vontade é o primeiro passo para buscar ajuda. Aqui estão algumas lições práticas. Por exemplo, o desejo intenso é temporário. Mesmo que pareça eterno, o alarme do desejo dura alguns minutos. Técnicas como respiração profunda, distrações, como ouvir música, caminhar, assistir a sua série preferida, por exemplo, ou falar com alguém, podem ajudar a fissura passar. Outro ponto importante é reconstruir o gostar, mas isso leva tempo. O cérebro precisa reaprender a sentir prazer em coisas simples. Comece com pequenas coisas, com pequenas atividades diárias que tragam algum prazer ou distração, como cozinhar, ouvir podcasts, ouvir a música que você mais gosta, cuidar de plantas, praticar exercícios leves, tocar um instrumento musical, enfim, algum trabalho manual, algum hobby, algum passatempo que você goste. Isso vai reaccender em você o interesse a coisas que você gostavam antes de usar substâncias. Outro ponto importante e como sempre falam, evitar os gatilhos. Pessoas, lugares ou emoções que ativam o sistema do querer são muito perigosos. Se for possível, evite tudo isso enquanto o seu cérebro se reorganiza. E aí vai a boa notícia. O cérebro pode se recuperar. Isso porque o seu cérebro é plástico. Ele é capaz de mudar, de se readaptar, se reorganizar. Com o tempo e muito esforço, é possível reequilibrar os sistemas de querer e gostar. Não podemos deixar de mencionar a importância da terapia nesse processo para ajudar você a identificar os gatilhos que te levam à recaída, a mudar hábitos e construir um novo estilo de vida mais saudável. Os medicamentos também são muito importantes porque eles bloqueiam os receptores e reduzem o desejo compulsivo pela substância. e a construção de uma rede de apoio. Conectar-se com grupos de apoio, como alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos, profissionais da saúde mental oferece suporte para você lidar com a dor emocional sem recorrer ao uso de substâncias. E lembre-se, você não está sozinho. Adicção é uma doença complexa, mas tratável. Entender como o cérebro funciona não é desculpa para continuar usando, mas uma ferramenta para que você possa tomar decisões mais conscientes. Cada pequeno passo é um grande progresso. Até o próximo vídeo.

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