O que é DEPRESSÃO?

Dr Vinicius Andrade, psiquiatra supervisor do ambulatório de jogos e transtorno de impulsos do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e secretário da comissão de adicções da Sociedade Brasileira de Psiquiatria

Dr Marcelo de Lima Oliveira, neurocirurgião, Doutor pelo HCFMUSP

Dr Edson Bor-Seng-Shu, Professor Livre Docente HCFMUSP

Depressão atinge 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. É uma das maiores causas de incapacidade funcional no mundo e no Brasil é a maior causa de afastamento do trabalho no Brasil.

Depressão é uma alteração neuroquímica no cerebro que leva a sintomas como tristeza, falta de esperança, falta de energia, alterações do apetite, do sono, capacidade de concentração que pode levar a ideação de auto extermínio. Um indivíduo com depressão tem domínio de pensamentos negativos como raiva, ansiedade e triste e incapacidade de ter pensamentos positivos como alegria e prazer. Isso leva a desesperança em relação a vida. Para o diagnóstico esses pensamentos tem que persistir por mais de 2 semanas apesar de o paciente tentar achar um caminho de positividade. A depressão pode ser classificada em leve, moderada e grave. Existem alguns sintomas característcos porém a anedonia e tristeza tem que ocorre para o diagnóstico. A depressão também pode alterar outras funções do cerebro como sono, insônia, perda de apetite como emagrecimento, comer muito, dor e síndrome demencial por afetar a cognição (pseudodemencia). Algumas doenças podem estar associadas à depressão como Doença de Parkinson. A depressão pode piorar a condição de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes. Por vezes o paciente deprimido pensa que seu corpo esta apodrecendo e não consegue procurar tratamento para qualquer tipo de doença, ou seja, a depressão encurta a vida.

Um amigo pode ser suspeito de depressão quando apresenta alteração o padrão de comportamento, nega convites para atividades de lazer habituais, perde interesse por coisas que gosta, indiferença, etc… Ele frequente descreve cansaço crônico, que tem falta de energia e não sente mais prazer nas atividade dele. Normalmente o diagnóstico é mais fácil de fazer nas mulheres que tem uma percepção melhor do seu comportamento. Já na depressão moderada há perda de funcionalidade no trabalho e na familia, procrastinação das coisas que ele deve fazer e visão de tempo distorcida. Na depressão grave pode ter ideação de exterminar a vida, não tem disposição para comer, tomar banho e sequer pedir a ajuda.

As pessoas mais vulneráveis à depressão são aquelas que tiveram traumas psíquicos intensos no passado, antepassado de depresso, etc; fatores genéticos também podem contribuir. A depressão também pode estar associada à adolescência e a manifestação pode expressar-se com raiva e irritabilidade. O Burnout não é causado por alterações bioquímicas no cerebro porém, num ambiente de trabalho quando afastado pode melhorar porem, quando não há melhora pode-se pensar no diagnóstico de depressão. O bullyng pode potencializar a ocorrência de depressão por conta de stress traumático. Boa parte dos pacientes nega a existência da doença pelo preconceito de existência dessa condição e falta de conhecimento, pois uma parte significativa da população não conhece essa doença.

O idoso pode ser mais vulnerável à depressão pela perda da funcionalidade das atividades do dia a dia. Outras fases da vida de vulnerabilidade são a adolescência, gestação, puerpério e menopausa. Uma mão amiga para um paciente com depressão é importante porque são pessoas que sofrem em silencio.

Toda depressão deve ser investigada porque pode ser manifestação de doenças orgânicas como hpertiroidismo, climatério, doença de Parkinson, tumor cerebral, derrame cerebral, entre outras. Na investigação da depressão deve-se fazer exames de imagem como ressonância magnética, exames bioquímicos, exames hormonais, entre outros.

O plano terapeutico para depressão tem 4 pilares: 1) orientação na mudança do estilo de vida para ter melhora qualidade de auto cuidado como redução de cigarro, álcool, pratica de atividade física, melhora do sono, melhora da alimentação, etc.. 2) orientação da família e buscar redes de apoio, 3) abordagem terapêutica psíquica e 4) medicação com serotoninérgicos como fluoxetina e sertralina, medicações duais (intervem na noradrenalina) e medicações que atuam de maneira sinergica (dopamina e serotonina). Além disso, na ausência de reposta satisfatórias pode-se pensar em mediadas intervencionistas como a Cetamina, estimulação transcraniana e eletroconvulsoterapia.

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